tag:blogger.com,1999:blog-30590110.post1730710167415560734..comments2023-07-26T05:56:35.910-03:00Comments on opinio: TelegramasUnknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-30590110.post-4834521160187949382008-04-06T00:53:00.000-03:002008-04-06T00:53:00.000-03:00Caro Paccelli.,Estou lendo o livro ‘Menino Antigo ...Caro Paccelli.,<BR/>Estou lendo o livro ‘Menino Antigo (Boitempo II)’, Livraria José Olympio Editora, página 47, 1978, de Carlos Drummond de Andrade (acabei de ler ‘Boitempo & a Falta que Ama’ e também ‘Impurezas do Branco’) e deparei-me com a poesia intitulada “Telegrama”. Só hoje recebi o Gazeta com sua crônica Telegrama II (o Gazeta chega aqui em Brasília muito atrasado) e resolvi enviar essa poesia a propósito dessas crônicas suas. Se você já a conhecia, desconsidere, do contrário leia essa outra faceta do telegrama, o elemento surpresa, que Drummond aborda comicamente.<BR/>Abraços. Eduardo.<BR/><BR/>TELEGRAMA<BR/><BR/>Emoção na cidade.<BR/>Chegou telegrama para Chico Brito.<BR/>Que notícia ruim,<BR/>que morte ou pesadelo<BR/>avança para Chico Brito no papel dobrado?<BR/><BR/>Nunca ninguém recebe telegrama<BR/>que não seja de má sorte. Para isso<BR/>foi inventado.<BR/><BR/>Lá vem o estafeta com rosto de Parca<BR/>trazendo na mão a dor de Chico Brito.<BR/>Não sopra a ninguém.<BR/>Compete a Chico<BR/>descolar as dobras<BR/>de seu infortúnio.<BR/><BR/>Telegrama telegrama telegrama<BR/><BR/>Em frente à casa de Chico o voejar múrmure<BR/>de negras hipóteses confabuladas.<BR/>O estafeta bate à porta.<BR/>Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.<BR/><BR/>Não lê imediatamente.<BR/>Carece de um copo dágua<BR/>e de uma cadeira.<BR/>Pálido, crava os olhos<BR/>nas letras mortais.<BR/><BR/><BR/>Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia espero merecer valioso apoio distinto correligionáro minha reeleição deputado federal quinto distrito cordial abraço Atanágoras Falcão.Anonymousnoreply@blogger.com