quarta-feira, dezembro 10, 2008

de Frank Schätzing, "O Cardume"

Sempre passei por ele sem dar a mínima. A capa e o título remete a filmes de terror classe Z... Que engano, que engano... Contido em seu quase milhar de páginas, o livro do Schatzing me fornece prazerosas horas de leitura, esses dias corridos. Um thriller ecológico, pode-se dizer, muito bem amarrado e apresentado em linguagem ágil e despretenciosa. Dá uma puxavante de orelhas no Homem Contemporâneo, passando-lhe na cara sua indiferença criminosa diante das coisas da natureza, representada no livro pelos oceanos. O Schatzing, meus amigos e amigas, é um fantástico contador de histórias.

O Cardume (fragmento)
"...uma daquelas cópias idealizadas que se tornavam cada vez mais familiares para as pessoas do que a realidade. Quem é que ainda procurava saber alguma coisa sobre a vida medieval, se Hollywood mostrava isso do seu próprio jeito? Quem queria saber como morria um peixe, como sangrava e era cortado, e como eram retiradas suas vísceras, desde que fosse possível comprar seus pedaços sobre o gelo? As crianças americanas desenhavam galinhas com seis pernas, porque as coxas de galinha eram vendidas em pacotes de seis unidades no supermercado. Bebia-se leite da caixa de papelão e sentia-se nojo do conteúdo de uma teta de vaca. A percepção do mundo estava se distorcendo, resultando em arrogância. ... Tratava-se cada vez menos de compreender o planeta do que de moldá-lo em seu favor. Na colorida Disneylândia dos equívocos, a intervenção humana conseguia uma nova e terrível justificativa..."

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