domingo, março 28, 2010

quase, quase...




Ia sendo hoje, mas a negociação não deu certo... Contudo em breve, muito em breve chega aos lábios (completamente sem embocadura) o TROMPETE (armado em sí bemol)... Êita que faz tempo...15 anos de idade, fedendo a mijo e assustado sob o olhar severo do Maestro Dorgival, na banda do colégio... parece que foi milênios atrás.
Foi assim. Chegaram os instrumentos para a filarmônica do Colégio Diocesano Santa Luzia (Mossoró). Desde que se aventou a compra dos tais instrumentos que eu não dormia esperando largar as mãos e os "beiços" em um saxofone tenor. Chegaram os instrumentos e NÃO VEIO A PORRA DO SAX. Por ser um instrumento de palheta, pensei assim: " vou procurar o que tiver de palheta e aprendo...deve ser fácil pular pro sax quando aparecer um". Me candidatei para o clarinete... o instrumento do Benny Goodman.
Olha, quem conhece música (orquestras) sabe o que são as palhetas (sax, clarinetes, requintas, fagotes, oboés e mais um monte de "monstros"). Não bastasse a embocadura ser muito chata e sutil, ainda aparece aquele número infernal de chaves pra apertar... Tem até um ditado: " vida de pobre é como tocar saxofone: tapa um buraco e descobre um monte..."... A gente ficava na sala fazendo os exercícios com a partitura e eu olhava os caras dos metais que só TEM TRÊS "CHAVES" (pistos) pra cuidar... porra... eu sofrendo alí com um monte de coisas e os caras nao faziam a escala mais besta só com três pistos (depois descobrí a merda: são somente três pistos pra premir - agora tem de quatro. MAS O RESTO É NO LÁBIO E NO PULMÃO... MUITO MAIS DIFÍCIL...).
De tanto ver os caras mexendo os três dedos, nao aguentei e usando de toda empafia própria à adolescência, fui lá e peguei o trompete de um amigo e mostrei pros caras, do alto de minha pseudo-sapiência, as posições dos dedos. O maestro de longe olhando. Quando terminei minha pífia exibição ele chega pra mim (o maestro), toma meu clarinete, se afasta e volta com um trompete: "JÁ QUE VOCÊ É TÃO SABIDO, SEU INSTRUMENTO AGORA VAI SER O PISTOM"... No momento e nos dias seguintes, quase morro de ódio. Depois, foi amor que dura até hoje. Daí minha paixão por Dizzie Gillespie, Casino de Sevilla, Chet Baker, Marsalis, Tonheca Dantas, Márcio Montarroyos (esse é o cara...) e tantos outros... (Beirut... não esquecer... heheh)
Muitos planos pra esse instrumento... OS VIZINHOS QUE DESCULPEM.. NAO TEM COMO TOCAR ISSO BAIXINHO NÃO ( a não ser com surdina... aí perde a graça...rs... brincadeira.. a surdina é linda pra coll jazz..)...

EM BREVE PISTOM NO PEDAÇO

ps - ainda guardo minha primeira partitura..."Cisne Branco".. em cima das notas o código que a gente usava pra nao "decorar" os símbolos da "parte".

0 - pisto solto
1
- primeiro pisto premido

2
- segundo pisto premido

3
- terceiro pisto premido....


assim, por exemplo, , ficava-----------> 1 0 3



ME ARREPENDO ATÉ HOJE POR TER USADO ESSE SUBTERFÚGIO.. NÃO FOSSE ISSO ESTARIA LENDO PARTITURA NA BOA....
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