sábado, agosto 12, 2006

Diversaudade...

Faziam já uns bons meses, já descambando pra ano. Tardezinha de sábado, sento-me ao micro e vasculho o mundo... Nada de novo no front ocidental, já dizia o Erich Maria Remarque. As picuinhas de sempre saltitando de Brasília, mais um monte de gente moída no Oriente Médio, o campeonato de futebol, a top model depressiva... O mundo gira e gira, o sábado escoa em direção a um domingo de muito trabalho. O Arlequim tenta a inclusão de mais umas músicas em seu set list, nesse domingo (vamos de "roedeira" agora não é mesmo "arlechinos"...)... ...Bem ao lado da poltrona onde me sento está a Tagima T-Zero, já ligada aos pedais da Samara (que passou parte do dia a rever acordes e arranjos). Estendo a mão e tomo a guitarra. Ligo os pedais sem nem mesmo levantar da cadeira. A distorção incomoda nessa tarde-noite. Fecho o knob de tonalidade matando assim os agudos. Jogo a chave dos captadores para cima selecionando aquele de timbre mais "fechado". Desço o volume quase ao zero. Fica um timbre delicado de jazz... Suave como uma pelica. Vou em busca de meus antigos "backing tracks". E mato a saudade. Como é diversa a música. Como eu não sei viver sem essa diversidade. Como é bela a guitarra elétrica, o instrumento que escolhi para compor trilha sonora do meu "todo dia". Do timbre violento do heavy metal, num girar de botões e na magia dos dedos, surge toda a "maciez" da Bossa Nova. Meto a cara e mato a saudade. "Corcovado", "Desafinado", "Lígia", "Eu Começaria Tudo Outra Vez", "Manhã de Carnaval","Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "Retrato em Branco e Preto", "O Que Será", "Roda Viva"... Séculos que não me metia a besta com essas melodias. Eras que não explorava esse timbre e essas escalas. O som bem baixinho, como convém ao estilo, encobre o passar das horas... O machucado na ponta dos dedos aponta para o andar do tempo... João Gilberto, Tom, Chico, Marcos Valle, Gonzaguinha, Bôscoli e outros tantos. Que saudade de vocês nessa já noite de sábado...

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