quinta-feira, maio 10, 2007

Allez Les Bleus... e brancos.

Uma quarta-feira de placares favoráveis, essa próxima-passada. 30 a 12 no primeiro embate, 2 a 1 no segundo. Naquele dia, formássemos um selecionado local de basquete com o anão do circo na armação, e com certeza comeríamos o Chicago Bulls mandando-o à “lanterna” da NBA. A despeito da euforia, não serei leviano de intentar um texto sobre a campanha do Atlético no campeonato paraibano de futebol, edição 2007. Sou um torcedor mais fiel que um terrier. E entendo de futebol tanto quanto esse simpático canino. Para se ter uma idéia, até um dia desses o Impedimento se constituía para mim um dos inextrincáveis mistérios da Criação. Fica o lance do Curso de Medicina. Allez les Blancs, então, para entrar no espírito esportivo. Mas não vou aqui cair na redundância de tecer as merecidas loas à Comunidade Sertaneja e suas lideranças, de propor uma reflexão sobre as conseqüências mais que felizes da instalação da nova instituição acadêmica. Todo mundo está azul e branco de conhecer o tema e seus desdobramentos. Gostaria, sim, de dedicar esse sem sustança texto semanal ao processo que nos trouxe a prerrogativa de formar nossos xamãs. É bom que se diga, em alto e bom som, do meu mais profundo orgulho da profissão que exerço a despeito dos poucos cobres que me caem no bolso ao fim do mês. Viver nos limites da Academia é um privilégio. Por seus Colégios fluem as decisões que determinam seu cotidiano. Nada se define se não antes passar pelo crivo dos representantes dos segmentos - professores, alunos e funcionários – que dão corpo à Instituição. A Universidade não se encontra acima do Estado. A Universidade não tangencia o corpo normativo que rege a Sociedade. Ela se conforma às normas, se submete às leis. Mas é muito ciente de sua autonomia, a Universidade. Sem ferir a Carta Magna, sem ir de encontro aos Códigos do Direito, a Academia tem na liberdade de definir seus próprios caminhos, a laje-de-base do seu existir. E tem de ser assim. Foro do Pensamento, da produção de soluções, da reflexão acerca das coisas do Homem e da Natureza, aquele espaço não pode desempenhar suas lides sombreado pelas ingerências externas, toldado por vontades infundadas. É um sítio da transparência, da livre formulação de posturas, do confronto limpo de tendências que, se vez perdida olvida o fair play, regra geral, a ele se submete. Por essas e por outras, me causou profunda irritação a posição leviana, retrógrada e inconseqüente assumida por determinadas lideranças (e pessoas de pseudoproeminência) das cidades de Patos e Sousa envolvidas no processo de implementação do novo Curso de Medicina da Universidade Federal da Campina Grande. Tenho sempre dito que, a medida que os anos passam e a gente vê a finitude da vida, vamos cuspindo as papas da língua. Fica-se mais abusado, a paciência se constituindo, no andar dos dias, em raro artigo. A obtusidade irrita, a reação gratuita tira do sério. Nesse escopo, ataques à pessoa do Magnífico Reitor Prof. Thompson Mariz, o acinte aos conselheiros membros do Conselho Pleno da UFCG, quando do intento da cooptação mais rasteira via promessas de vantagens, deixa a mostra o caráter sombrio dos biltres de plantão. São pessoas desqualificadas, repito, desqualificadas e repito de novo, DESQUALIFICADAS para ocupar a posição que ocupam em suas comunidades. Se aproveitam do espaço que a Academia arduamente conquistou, para trazer a si os holofotes pondo à luz toda a mediocridade, toda a pequenez, toda a incompetência que norteia suas vidas, um claro desperdício de oxigênio e de espaço. Aos abjetos do trecho explico que, nós que fazemos a Universidade e dela nos orgulhamos, não quedamos a grimpa à qualquer pilha de merda com mania de grandeza nazi-facista. A essas bizarras e hilárias cópias de duces e führers, fica aqui a certeza de que envergonham suas próprias comunidades, constituídas por bravos, pela nata do sobrevivente sertanejo, por homens e mulheres de férrea personalidade que fazem das sociedades patoense e sousense baluartes do intento de construir um Alto Sertão que garanta a seus filhos uma vida mais amena, mais digna, eivada de perspectivas. Esses pingüins de geladeira, esses arremedos grotescos do que existe de mais kitsch, não representam a grandeza das cidades de Sousa e Patos que, de forma legítima e renhida, participaram das discussões merecendo todo o nosso respeito, estima e reconhecimento. Mas, como disse, se a Universidade e seus ritos tem como prumo a democracia e a defesa do livre expressar, é de se tomar uma dose piramidal de compreensão, reforçar a meia-sola dos ouvidos e fingir que presta atenção ao barulho. Afinal, aos muares é dado o direito de zurrar. Noblesse oblige.

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