sexta-feira, julho 20, 2007

Tatames e Judoguis

Atento ao Pan 2007, esses dias acompanho o judô brasileiro. Sinto uma certa nostalgia dos fins de tarde no SESI de Mossoró, tantos anos atrás. Ainda menino, minha mãe me leva até a instituição onde professores do Rio de Janeiro implantavam um núcleo esportivo. Os aspirantes a atletas podiam se matricular em até 3 modalidades. Dona Dione não hesita: natação e judô. Da natação só me ficou na memória o medo de sair da piscina rasa para a funda, semi-olímpica (25 metros) e os momentos de recreação após as aulas. Mas do judô muito ficou impresso... inclusive um monte de cicatrizes meio apagadas. O primeiro mestre foi o Professor Rodrigo. Depois o pessoal do Rio foi embora. Substitui o Mestre Rodrigo o Sargento Cecílio, da Policia Mililtar. Moreno, pequeno e entroncado, o Mestre Cecílio era um disciplinador rigoroso. Enquanto a gente não vestia o gui e não batia a hora do aquecimento, o dojo era todo nosso. Inclusive para nos atracar uns com os outros esquecendo todos os conceitos de ética marcial do Mestre Jigoro Kano. Depois que começava o treino o silêncio somente era rompido pelas pacandas nos tatames e um ou outro kiai, em tom infantil. Anos felizes aqueles... A tensão da luta... A concentração quando no chão buscando um melhor posicionamento para uma imobilização... A dor escondida e controlada... A fúria avassaladora e seu imediato controle (quem tem raiva no combate já perdeu por antecipação).
Hoje na poltrona defronte a TV a gente se pega contraindo involuntariamente um músculo, movimentando uma perna, crispando os dedos... Velhos reflexos que espero nunca me abandonem.

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