O que me enche o saco quando o assunto é Argentina? Sei que não podemos estigmatizar todo um povo e uma cultura em função de traços localizados. Mas é o que normalmente se faz. É o caso de ligar o Brasil ao samba e a irreverência. Vou, portanto, incorrer em pecado e seguir o usual.
Ledo engano incorrem aqueles que vêem a Argentina como um hermano latino-americano. Não é a toa que Buenos Aires é conhecida como a “Paris das Américas”. A história recente da Argentina conhece um processo de europeização que, segundo alguns autores, ocorreu de forma proposital como medida de uma elite que tentava reproduzir valores “metropolitanos” na "província colonial". É claro que o camponês, o militante que sofreu nas garras de uns tantos Galtieris ou o soldado anônimo que gritou de dor na insana aventura nas Malvinas-Falklands, nada tem a ver com isso. Mas o perfil que ficou do argentino é o do cara com ares superiores, uma arrogância típica de noveau riche. Esse desenho foi reproduzido no futebol.
Veja bem. O Uruguai nos tirou a copa de 50, na inauguração do Maracanã, em um jogo traumático. Nunca reproduzimos rivalidade com a Celeste. E olha que os uruguaios, até um dia desses, eram conhecidos por jogo sujo. Batiam sem dó. Mas não guardo rancores. Vou mais além. Torci com a Celeste contra Gana e cá estarei eu acendendo velas pelo tricampeonato dos, esses sim, hermanos (lembrem-se que o Uruguai foi uma província brasileira que conseguiu sua independência política na gestão patética de D. Pedro I).
Mas voltemos ao futebol e à Copa do Mundo. Minha aversão à arrogância porteña se acentua toda vez que olho pra figura do Maradona. Um gênio em campo? Não sei. Não entendo de futebol. Mas vou me acostar ao juízo de quem realmente sabe das coisas. Aceito o Maradona como uma prima dona dentro das quatro linhas. Mas fora delas... A figura do Maradona me é simplesmente bizarra. Suas declarações poderiam ser engraçadas se não fossem ofensivas. Sua postura diante das coisas da vida, um acinte. Nesta copa então ele se superou. Para que tática quando se tem os melhores do mundo? Parece que esse é (era?) o pensamento do Bufão. Senhor Diego Maradona. Pouquíssimos times ns historia do campeonato mundial puderam esquecer a tática em função do talento individual. Os selecionados brasileiros dos três primeiros títulos podiam fazer isso. Mas, Senõr Diego, seu plantel não podia se dar a esse luxo. Acreditou-se que sim. Messi e companhia estariam acima da organização, da tática, do planejamento. Beijinhos, festinhas e declarações arrogantes pareciam elementos essenciais e únicos para o sucesso. Típico do latino-americano. Nesse momento, o argentino é tipicamente latino-americano.
Lá vem a Alemanha. Não existem estrelas ali. A única, o Balack, ficou de fora. O Klose... nao sei ....Um time que poderia ser o da ONU se observadas as origens do elenco alemão. Polônia, Tunísia, Gana, Turquia e até Brasil, lá estavam debaixo do uniforme preto (que eu gosto pra caralho...parecem os All Blacks do rugby neo-zelandês). Não que essa mistura étnica referende a sociedade alemã como tolerante. Antes disso, as comunidades imigrantes são consideradas de segunda, lá na Germânia.. Mas o assunto é futebol.
E lá vem o lúdico superior porteño saindo do túnel. O Bufão puxa a troupe para o aquecimento. Queixo pra cima, sorriso irônico no rosto. Passam-se os minutos. Começa a partida. Mais uma vez a frieza das góticas terras geladas em campo. Uma máquina funcionando perfeitamente, a Alemanha. Cada jogador uma peça pensada para determinada função e perfeitamente articulada com as demais. Ou seja: técnica pura. Diretrizes perfeitamente executadas... BELISSIMAMENTE EXECUTADAS. Futebol tático e BONITO...Interessante ... os conceitos podem conviver numa legal...
Do outro lado, o sangue quente (resfriado ligeirinho pelo gelo germânico), dependendo exclusivamente da intuição individual. 1,2,3,4 gols. Em todos eles eu berro, pulo, gesticulo. Não é somente a rivalidade. É a derrota de uma postura.
Eu daria tudo pra ser o Schweinsteiger, jogador alemão, no dia de hoje. Tempos atrás, não sei em que ocasião, terminado determinado evento esportivo, senta-se para a entrevista coletiva o Maradona e o Schweinsteiger, este último ainda não tão conhecido. O Maradona reclama por estar sentado ali. O jogador tenta falar com o “deus” que o ignora. Maradona chega a dizer que esperaria o jogador falar e depois ele falaria sozinho pois que pensava que tais entrevistas seriam somente para técnicos. Esses dias que antecederam o 4 x 0 de hoje, o Schweinsteiger lembrou da ocasião e disse a imprensa que Maradona ainda iria se lembrar dele. Dias antes o Maradona soltou essa pérola da ironia: «Que se passa Schweinsteiger, estás nervoso?»... Eu daria tudo pra ser o jogador alemão hoje...Somente pelo curto instante de poder me dirigir ao técnico argentino e pedir-lhe um autografo...De posse do documento, olhar nos seus olhos e declinar toda minha admiração: Como técnico e como pessoa humana, ele é um genial jogador de futebol, o Bufão.
Em tempo. Não se pode dizer que o Maradona nao tem consciência solidária. Ele contribui em muito com a economia do continente consumindo charutos cubanos numa bizarra caricatura de Che. (ele adora passear em Cuba... deve ir lá cortar cana...) Também impulsionou o mercado boliviano cheirando toneladas de sua cocaina.
Em tempo 2: comer meleca parece que funciona como dieta esportiva. Lembram-se do técnico alemão, Joachim Löw, dedo do nariz pra boca? Ele parece que gosta mesmo de comer meleca. Hoje ele comeu o Maradona
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Ledo engano incorrem aqueles que vêem a Argentina como um hermano latino-americano. Não é a toa que Buenos Aires é conhecida como a “Paris das Américas”. A história recente da Argentina conhece um processo de europeização que, segundo alguns autores, ocorreu de forma proposital como medida de uma elite que tentava reproduzir valores “metropolitanos” na "província colonial". É claro que o camponês, o militante que sofreu nas garras de uns tantos Galtieris ou o soldado anônimo que gritou de dor na insana aventura nas Malvinas-Falklands, nada tem a ver com isso. Mas o perfil que ficou do argentino é o do cara com ares superiores, uma arrogância típica de noveau riche. Esse desenho foi reproduzido no futebol.
Veja bem. O Uruguai nos tirou a copa de 50, na inauguração do Maracanã, em um jogo traumático. Nunca reproduzimos rivalidade com a Celeste. E olha que os uruguaios, até um dia desses, eram conhecidos por jogo sujo. Batiam sem dó. Mas não guardo rancores. Vou mais além. Torci com a Celeste contra Gana e cá estarei eu acendendo velas pelo tricampeonato dos, esses sim, hermanos (lembrem-se que o Uruguai foi uma província brasileira que conseguiu sua independência política na gestão patética de D. Pedro I).
Mas voltemos ao futebol e à Copa do Mundo. Minha aversão à arrogância porteña se acentua toda vez que olho pra figura do Maradona. Um gênio em campo? Não sei. Não entendo de futebol. Mas vou me acostar ao juízo de quem realmente sabe das coisas. Aceito o Maradona como uma prima dona dentro das quatro linhas. Mas fora delas... A figura do Maradona me é simplesmente bizarra. Suas declarações poderiam ser engraçadas se não fossem ofensivas. Sua postura diante das coisas da vida, um acinte. Nesta copa então ele se superou. Para que tática quando se tem os melhores do mundo? Parece que esse é (era?) o pensamento do Bufão. Senhor Diego Maradona. Pouquíssimos times ns historia do campeonato mundial puderam esquecer a tática em função do talento individual. Os selecionados brasileiros dos três primeiros títulos podiam fazer isso. Mas, Senõr Diego, seu plantel não podia se dar a esse luxo. Acreditou-se que sim. Messi e companhia estariam acima da organização, da tática, do planejamento. Beijinhos, festinhas e declarações arrogantes pareciam elementos essenciais e únicos para o sucesso. Típico do latino-americano. Nesse momento, o argentino é tipicamente latino-americano.
Lá vem a Alemanha. Não existem estrelas ali. A única, o Balack, ficou de fora. O Klose... nao sei ....Um time que poderia ser o da ONU se observadas as origens do elenco alemão. Polônia, Tunísia, Gana, Turquia e até Brasil, lá estavam debaixo do uniforme preto (que eu gosto pra caralho...parecem os All Blacks do rugby neo-zelandês). Não que essa mistura étnica referende a sociedade alemã como tolerante. Antes disso, as comunidades imigrantes são consideradas de segunda, lá na Germânia.. Mas o assunto é futebol.
E lá vem o lúdico superior porteño saindo do túnel. O Bufão puxa a troupe para o aquecimento. Queixo pra cima, sorriso irônico no rosto. Passam-se os minutos. Começa a partida. Mais uma vez a frieza das góticas terras geladas em campo. Uma máquina funcionando perfeitamente, a Alemanha. Cada jogador uma peça pensada para determinada função e perfeitamente articulada com as demais. Ou seja: técnica pura. Diretrizes perfeitamente executadas... BELISSIMAMENTE EXECUTADAS. Futebol tático e BONITO...Interessante ... os conceitos podem conviver numa legal...
Do outro lado, o sangue quente (resfriado ligeirinho pelo gelo germânico), dependendo exclusivamente da intuição individual. 1,2,3,4 gols. Em todos eles eu berro, pulo, gesticulo. Não é somente a rivalidade. É a derrota de uma postura.
Eu daria tudo pra ser o Schweinsteiger, jogador alemão, no dia de hoje. Tempos atrás, não sei em que ocasião, terminado determinado evento esportivo, senta-se para a entrevista coletiva o Maradona e o Schweinsteiger, este último ainda não tão conhecido. O Maradona reclama por estar sentado ali. O jogador tenta falar com o “deus” que o ignora. Maradona chega a dizer que esperaria o jogador falar e depois ele falaria sozinho pois que pensava que tais entrevistas seriam somente para técnicos. Esses dias que antecederam o 4 x 0 de hoje, o Schweinsteiger lembrou da ocasião e disse a imprensa que Maradona ainda iria se lembrar dele. Dias antes o Maradona soltou essa pérola da ironia: «Que se passa Schweinsteiger, estás nervoso?»... Eu daria tudo pra ser o jogador alemão hoje...Somente pelo curto instante de poder me dirigir ao técnico argentino e pedir-lhe um autografo...De posse do documento, olhar nos seus olhos e declinar toda minha admiração: Como técnico e como pessoa humana, ele é um genial jogador de futebol, o Bufão.
Em tempo. Não se pode dizer que o Maradona nao tem consciência solidária. Ele contribui em muito com a economia do continente consumindo charutos cubanos numa bizarra caricatura de Che. (ele adora passear em Cuba... deve ir lá cortar cana...) Também impulsionou o mercado boliviano cheirando toneladas de sua cocaina.
Em tempo 2: comer meleca parece que funciona como dieta esportiva. Lembram-se do técnico alemão, Joachim Löw, dedo do nariz pra boca? Ele parece que gosta mesmo de comer meleca. Hoje ele comeu o Maradona
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