quinta-feira, julho 13, 2006

Rock - Dia Internacional

O que me vem a cabeça logo ao acordar e ler as manifestações em torno da data, foi como tudo começou... comigo, quero dizer. Costumo dizer que sou um fã confesso e militante do estilo com uma consciência plena da opção que fiz. Fiz o caminho inverso. Normalmente, é na adolescência que as pessoas se deixam seduzir pelas guitarras. Não foi o meu caso. Desde cedo ouvia de tudo, como ja disse aqui antes. Mas não havia um envlovimento especial. Tanto é que aos 13 ou 14 anos de idade pedi a minha mãe não uma guitarra, nem mesmo um violão. De presente pedi uma flauta doce (que ela me fez comprar a prazo, pagando todos os sábados ao lojista metade da minha mesada até quitação do valor... grande D. Dione ). Ainda trago comigo hoje essa pequena flauta doce Yamaha. Formei então minha primeira banda no colégio. Era uma roda de samba. Aos 16 anos, outra banda. Rolavam os festivais da canção colegiais (nada dos grandes festivais dos anos 60, por favor. Não sou tão "maduro" assim). Nasce um grupo ligado fortemente ao regionalismo musical. Tocávamos Quinteto Violado, Banda de Pau-e-Corda, João do Vale e correlatos. Junto à flauta começo a estudar trumpete( pra fazer o que com ele eu não sabia muito bem... Não me via um Dizzie Gillespie). Mas retomando à flauta, entre um sopro e outro, fazia também voz. Pinta um certo incômodo. Impossível assobiar e chupar cana. Impossível cantar o tempo inteiro e tocar flauta. Começo os estudos de violão. Assistia amigos guitarristas mas não "batia a passarinha". Ainda se passariam anos até chegar aos pedais e amplificadores.
Adentra-se a fase Bossa Nova. E tome violão. Nesse tempo, já cursando a faculdade de Agronomia, começo a ouvir blues. Me apaixono pelo contrabaixo. É bom que se diga que nesses anos todos nunca deixei de ouvir rock. Mas era somente um estilo na miríade de outros que colecionava em vinis e fitas K7. Não tinha um lugar de destaque em meio a MPB, ao regional, ao samba, ao choro, ao jazz contemporâneo, e ao erudito. Era somente mais um. Vai ser o blues que me toma pelo coração e mente e me arrasta ao universo Rock. Começo e dedilhar guitarras elétricas, em busca do blues. Nesse instante não tocava em nenhuma banda mais. Somente em bares MPB. Mas o Rock'n'Roll começa um assédio implacavel. O que tinha de especial é que ele - o Rock - ABARCAVA TODOS OS OUTROS ESTILOS. Somente no jazz e no erudito via isso acontecer. Tinha guitarra na musica regional, tinha guitarra nas canções MPB, tinha guitarra em tudo que era canto. E o melhor: Onde ela chegava se desenhava algo novo. De impacto. Aí, pronto!!!! Botei o "baixo debaixo" do braço e me mudei de uma vez por todas. Depois, naturalmente, veio a guitarra. Na verdade inicío meus trabalhos - a sério - na guitarra somente depois de aportar em terras cajazeirenses, coisa de uns 14 anos atras... E aqui estou: em Cajazeiras e no Rock'n'Roll.
Minha opção pelo estilo foi uma coisa bem madura, então. Cheguei a ele depois de certa quilometragem. Não foi aquela coisa impulsiva do adolescente que se liga ao contexto pra comer a doidinha da esquina, e, anos depois, doar todos os seus discos de rock e passar o resto da vida ouvindo Ray Conniff. Foi um amor consciente que vai perdurar até o túmulo. O que me encanta? Já disse: seu carater universal, anti-hermético, inquieto, supra-fronteiras. O que me enche o saco? O amadorismo de certos adeptos que impede de reconhecer toda a riqueza harmônica, toda a complexidade técnica, toda sutileza poética que envolve o BOM rock'n'roll.
Costumo dizer que pra ser "doido" no atual contexto é necessária certa dose de lucidez, pelo mínimo para poder determinar opções mais loucas que outras... O que assisto, principalmente aqui, às margens do Açude Grande, é uma certa rebeldia - traço essencial a todas as tribos rock - MAS SEM MIOLO, SEM CONTEÚDO, SEM CONTEXTO... Rebeldia sem causa??? Sei se isso ainda cola não??!?!?

De qualquer forma grande e fraterno abraço aos meus irmãos e irmãs de todas as tribos...
E LONGA E PROFÍCUA VIDA AO ROCK'N'ROLL

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Casa Do Rock

Casa das Máquinas


Esta é a casa do tal rock n'roll
É o rock que casa com a casa
Este é o ninho do passarinho
Que já nasce voando sem asa

Este é o santo remédio pro seu cansaço
É o alimento do nosso pedaço


Esta é casa do tal rock n'roll
É o rock que casa com a casa
Este é o ninho do passarinho
Que já nasce voando sem asa


Esta é a semente que gera terra
Esta é a bomba que acaba com a guerra

Uhh Yeah... Rock'n'Roll






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Um comentário:

Anônimo disse...

Nice colors. Keep up the good work. thnx!
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