sexta-feira, dezembro 22, 2006

Livros

Sempre me ressenti por ter pouca coisa (pra não ser radical e dizer "nada") na biblioteca tratando da Jovem Guarda. Mesmo não sendo um admirador do movimento, é de se reconhecer sua envergadura e ressonância sócio-cultural. Nessas semanas (na festa de livros que sempre realizo no fim do ano com partes surrupiadas do décimo-terceiro) fico de olho no "Roberto Carlos em Detalhes". Sempre via a obra nas livrarias virtuais, o nome do seu autor me parecendo vagamente familiar: Paulo César Araújo. Hoje me dá um "estalo". Indo até o banco de dados de minha biblioteca confirmo: é o mesmo cara que escreveu "Eu Não Sou Cachorro Não: Música Popular Cafona e Ditadura Militar". Essa obra FENOMENAL nasceu de uma dissertação de mestrado. É simplesmente uma delícia folheá-la. A linguagem chega a lembrar as ironias do Ruy Castro mas sem a tendenciosidade safada deste. Se você nutre algum respeito pelo Odair, Soriano, Paulo Sérgio e outros, com a leitura do "Eu Não Sou Cachorro Não..." você se arrisca a virar um fã. O Paulo Cesar Araujo é muito bom mesmo. No caso do Roberto Carlos a questão é simples. Você pode adorá-lo ou odiá-lo. Mas é impossível fazer de conta que ele não existe. Dono de inegável talento ("Detalhes" é um primor), o Roberto só me deve o que acho uma traição. De jovem rebelde ele se transforma em ícone da garapa mais melosa, com algumas recaídas à honestidade. Não tem pra onde: o livro tá no papo. E pra ele não vir sozinho lá de longe até aqui, compro junto "O Ultimo Reino", primeiro livro da série "As Crônicas Saxônicas" onde o Bernard Cornwell (o das "Crônicas de Arthur") explora as atribulações de Alfredo, O Grande. Tem mais um ou dois que... Deixa pra lá... já dizia o filósofo: "Likar nóis lika, mas money que é good nóis num have".

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